Quando eu era criança. 

Quando eu era criança, corria pelos campos de girassóis, meus cabelos esvoaçados, buscavam brisas de outras heras.
Como eu era feliz, no calar da minha infância, como…

Sobre aquelas montanhas, longe…. Eu me escondia, no entardecer  do sol envergonhado, das melancolias dos olhos, do velho que comungava longe, quase numa quimera…

A minha infância buscava personagem, fantásticos, de outros mundos outonais,
Cheios de encantos.
Como crianças que vinham, brincar comigo, em outras heras…
Como eu era feliz é não sabia…
Eu corria atrás de uma infância, vã…
Que ia passando aos poucos, 
Como se fosse um livro, de poemas tristes, que alguém ia- se esquecendo, 
Devagar, numa prateleira empoeirada. 

Mas eu me lembro, como se fosse hoje, 
Pelos campos de girassóis,
Eu corria atrás de uma infância vã…
Que ia- se acabando, conforme a cada anoitecer.
Quando será que verei os campos de girassóis, outra vez?
Em outras vidas talvez?
Em outras vidas talvez!

Verei os pássaros revoando, cada girassol, em busca da minha infância, a cada anoitecer, levando- me  para outras heras.
Sem pedir licença…

Hoje choro da penumbra, que mata a minha alma, vou morrendo aos poucos, em silêncio por um campo, de girassóis, que já não existe mais.
Tudo se transformou em pétalas secas pelo chão. 
Como se fosse o outono despedaçado, nas mãos da infância, em choro profundo.
Tudo é triste! Tudo!

ROSY NEVES