OS BURACOS DA MOCHILA DA COMADRE

Cordel | Josivaldo Constantino dos Santos
Publicado em 31 de Janeiro de 2024 ás 18h 49min

OS BURACOS DA MOCHILA DA COMADRE

Na viagem ao Peru

Fomos em uma excursão

Com a empresa Globaltur

Na maior animação

Para chegar ao destino

São três dias no buzão.

 

Visitamos Machu-Pichu

Uma cidade sagrada

A fortaleza dos Quéchuas

Pela história é estudada

Lá, eu e a comadre Cris

Entramos numa enrascada.

 

Em frente a uma ruina

Dessa cidade sagrada

Lá vem a minha comadre

Ofegante e cansada

Pediu para eu por, algo

Em sua mochila pesada.

 

Virou as costas pra mim

E pediu pra eu colocar

O objeto no buraco

Mas, não era fácil achar

E eu fiquei apalpando

Para um buraco encontrar.

 

Era uma capa de chuva

Que ela me deu pra guardar

Mas com os buracos cheios

Foi difícil colocar

E eu procurava um buraco

Para a capa enfiar.

 

Muitos buracos haviam

Nesse enorme mochilão

Todos estavam fechados

E eu enfiava a mão

E a comadre de costas

Chamava muito a atenção.

 

Eu tentava colocar

Mas o zíper não abria

O buraco cheio de coisas

Nada mais, nele cabia

Ela mostrava o buraco

Porém, eu não conseguia.

 

Com a mochila nas costas

A comadre se abaixava

Eu, encostado em um muro

Nas pontas dos pés, ficava

Procurando um buraco

Pra ver se eu colocava.

 

A comadre ia pra frente

Dava uns passinhos pra traz

E eu errava o buraco

Estava ruim demais

A mochila estava cheia

Não cabia nada mais.

 

E quem passava por nós

Aquela cena assistia

Eu tentando acertar

E a comadre se mexia

Com o nosso vai e vem

Tinha até gente que ria.

 

Nisso chegou o compadre

Igual a um Inca, Guerreiro

Me empurrando para traz

Demonstrando desespero

Achou o buraco certo

E colocou bem certeiro.

 

Depois, olhou para mim

Com um olhar de leão

E disse: “nesses buracos

O senhor, não ponha a mão”!

A comadre e eu, ficamos

Com a cara olhando pro chão.

 

Disse o compadre de novo:

“Eu sou um homem de fé

Vou lhe falar uma coisa

Escute como é que é:

Só eu, conheço os buracos   

Da mochila da “muié”.

 

Comentários

Que sensacional! Uma comédia em forma de cordel! Esse poeta é um gênio!

Enoque Gabriel | 31/01/2024 ás 19:19 Responder Comentários

Que maravilha poder vivenciar estas cenas com um cordel. Se esses buracos falassem A mochila enaltecida Com Certeza! Outra história nascia!

Jaqueline Diel | 31/01/2024 ás 20:56 Responder Comentários

Olá meu compadre Josivaldo...Seu cordel ficou sensacional! Não só este como os demais! E adorei fazer parte dele. Abraços Josivaldo

Cristiane Cesco Diel | 01/02/2024 ás 10:39 Responder Comentários

Bravo, muito legal seu cordel, aliás, todos são magníficos. Parabém professor.

Edbento | 01/02/2024 ás 23:14 Responder Comentários
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