Os flocos generosos de coco
queimado
que decoravam aquele bolo,
aguçaram meus sentidos.
Despertaram sonhos adormecidos.
Edulcorados de amêndoas e
esperanças.
Sons, perfumes e vozes,
destacavam-se dentre as nozes.
Delicadamente levei meu pedaço
à boca. Que coisa louca!
A maciez da textura derretia meus medos.
O pão de ló molhadinho
irrigou minhas lembranças.
Senti o gosto gostoso de nostalgia e pêssegos frescos.
Fragmentos adocicados
de uma infância sadia.
O sabor de benquerença
estalava em minha língua.
O creme aveludado inundou-me o paladar de delícias,
a cabeça de memórias e o coração de saudade.
Doçura e melifluidade.
Um bolo pão de ló.
Derretendo emoções
esquecidas por dentro.
Cheirinho de vovó.
Camadas generosas de recheios
Preenchendo espaços e tempos.
Café e cafuné. Simbiose.
Para a alma e o corpo.
Alimento e sentimento.
Comentários
Uau, arrasou com este bolo sentimentos! Parabéns poeta Romeu!
Edbento | 08/06/2022 ás 19:46 Responder ComentáriosQue doçura, amigo, tanto no seu pão de ló quanto nos seus versos! Parabéns!
Enoque Gabriel | 08/06/2022 ás 20:38 Responder ComentáriosRomeu q poema delicioso viajei nesse pão de ló sentindo o cheiro dos q minha mãe fazia … lindo e gratidão pela viagem …????
Maria Cristina | 09/06/2022 ás 03:02 Responder ComentáriosÉdson e Enoque, muito obrigado pelos comentários. Fico feliz que tenham gostado! Doçura e poesia para sempre alegrar nosso dia! Maria Cristina, você sabe que fiz esse poema a partir de uma experiência vivenciada recentemente? Ao comer tal bolo também viajei nas recordações, por isso foi tão "fácil" escrevê-lo. Temos histórias para contar! Um grande abraço, minha querida. Saudade de você!
| 12/06/2022 ás 10:11 Responder Comentários