Olha criança

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 16 de Dezembro de 2025 ás 04h 05min

Olha criança, 

lá no alto, 

um navio fantasma, 

ferrugem celeste contra o azul. 

 

Encalhado, 

não na areia, 

mas no infinito. 

Um leito de nuvens esfarrapadas, 

velas rasgadas pela brisa estelar. 

 

Qual foi o marujo, 

capitão cósmico, 

que perdeu o rumo, 

navegando entre planetas? 

 

Naufragou em sonhos, 

profundos, adormecidos. 

O casco, 

antes madeira e aço, 

agora poeira de estrelas. 

 

Seus restos, 

fragmentos brilhantes, 

um mapa celeste redesenhado. 

Esqueletos de mastro, 

braços estendidos para a escuridão. 

 

Tudo se fundiu, 

na dança silenciosa do universo. 

A solidão do marinheiro, 

a quietude do navio, 

o abraço frio do espaço. 

 

Agora, 

olha bem, criança, 

não é mais um naufrágio. 

É uma constelação. 

Um conto celestial, 

escrito em luz e esquecimento.

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