Oh, Chuva!
Chuva que cai calma e mansamente,
jorrando gotas ao aparecer!
Traz vida ao campo e à cidade,
no agreste até parece novidade
e todos vibram de raro prazer!
Purifica o ar por onde passa,
na roça, a mesa farta é projeção!
Com propriedade molha a terra,
fecundando anseios. Se encerra
em riqueza trabalho e ação!
Seu som ecoa! A gente adormece,
parece mais uma doce canção!
E quando ouço o assoviar do vento,
música suave, induz alento,
sinfonia, conforto ao coração!
Raro tesouro para o sertanejo,
cada gota o enche de emoção!
É trabalho, é fartura, é esperança,
progresso, terra fecunda, bonança,
rios cheios, foi salva a plantação!
Por vezes ela se faz vingativa,
contraria o homem em sua ação!
Inunda os vales, rios e fontes,
trazendo horror, derruba pontes,
causando uma voraz destruição!
E meu irmão que vive angustiado,
cujo sonho foi erguer o seu barraco!
Vê chegar a chuva, soprar o vento,
tem que ter coragem, que ter alento,
tem que ser soberano e não um fraco!
A chuva entra, sem pedir licença,
enchendo de lama o seu barracão!
E o vento, que para mim fora sinfonia,
para ele é angústia, agonia,
quando vê seu barraco ir ao chão!
Comentários
Quem deseja ver o arco íris, Precisa gostar da chuva!
Raquel Breviglieri | 29/06/2023 ás 17:51 Responder ComentáriosAlguns veem nas adversidades, um mistério. E outros muita força. E todos carregam no peito, um espírito desbravador. Lindo poema Parabéns!
Ruth Lima | 29/06/2023 ás 19:22 Responder ComentáriosBeleza! Boa reflexão... Realmente pode ser motivo de grandes tragédias mesmo...Mas a humanidade aos poucos volta a dialogar com a Natureza... Quem sabe, poderemos chegar a um bom acordo. rs - É urgente. Abraço, Poeta!
João Batista | 29/06/2023 ás 21:22 Responder Comentários