O velho criado mudo
O tudo não é nada
Quando a soberba é demasiada
Ao contrário do tudo
O nada não fala no criado mudo!
Entretanto, tudo ou nada
Quantidades que proporcionadas
Não valerá o aquilo tudo
Ou nada vale sem ter o conteúdo!
Nem tudo, nem nada, o todo
Coisa alguma, sem outros tantos
Sendo nada, sendo, contudo,
Tanto nada que não sabe quantos!
Tudo é muito, pouco nada
Enquanto o muito é abundância
Um pouco do nada é tudo
Para quem nada tem por enquanto!
Nada é pouco, muito é tudo
Um pouco do nada é muito limitado
No pouco tudo é muito claro
E no muito nada é tudo equilibrado!
O criado mudo não sabe de nada
Se falasse com certeza diria tudo
As suas gavetas foram esvaziadas
Nada ficou para contar o absurdo!
Edbento!
Comentários
O poeta é um gênio no jogo das palavras que se entrelaçam e não perdem o sentido. Fantástico!
ENOQUE GABRIEL | 05/03/2024 ás 08:59 Responder Comentários