O tempo

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 07 de Dezembro de 2025 ás 13h 30min

O tempo tem os seus mistérios, um véu 

Que esconde o amanhecer, a noite em flor, 

E deixa no presente apenas dor, 

Se o passado assombra com temor. 

O futuro é miragem, um calor 

Fugaz, que se esvai como vapor. 

 

E o tempo foge, qual denso vapor, 

Dissipando sonhos, desfazendo véu, 

Deixando a alma sedenta de calor. 

Pergunto aos céus, que guardam cada flor, 

Se a memória, afinal, aplaca a dor, 

Ou se o presente é só sombra e temor. 

 

Pois vivo em sombra, refém do temor, 

Enquanto o tempo se transforma em vapor, 

E busco em vão esquecer a dor. 

Rasgar a cortina, romper o véu, 

Colher os frutos de cada flor, 

Sentir de novo o sublime calor. 

 

Mas sinto apenas um gélido calor, 

Aumentando a sombra e o cruel temor, 

E a imagem distante de cada flor, 

Que sobe e se perde em denso vapor. 

Esquecer, preciso, romper o véu, 

Aliviar o peso imenso da dor. 

 

E a vida segue, tecendo a dor, 

Roubando a alma, um falso calor, 

Enquanto persiste o eterno véu. 

Renascendo a sombra e o infindo temor, 

O tempo escorre, denso vapor, 

E esconde a beleza de cada flor. 

 

Que um dia revele a beleza da flor, 

Afaste para sempre a cruel dor, 

Substitua a sombra e o insano temor, 

E traga de volta o sublime calor, 

Desfazendo o véu, qual frágil vapor, 

E liberte a alma do jugo do tempo. 

 

O tempo que liberta a alma da flor, 

Afasta a dor, desfaz o vapor, 

E acalma o temor, rompe o véu e traz o calor.

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