Na vastidão do tempo, há momentos enxugados,
Pequenos fragmentos de vida, por vezes ignorados.
São como estrelas fugazes, que cruzam o céu noturno,
Breves lampejos de emoção, antes que se desvaneçam no turno.

São sorrisos roubados, em meio à correria do dia,
Instantes de alegria, que o tempo leva, que se esvazia.
São lágrimas contidas, nas sombras da noite escura,
Momentos de tristeza, que se dissipam na procura.

São abraços apressados, trocados na pressa do adeus,
Pedaços de calor humano, que o tempo reduz.
São palavras não ditas, suspiros calados ao vento,
Pensamentos não compartilhados, perdidos no momento.

São amores não vividos, histórias que não se desenrolam,
Caminhos não percorridos, sonhos que não se escoltam.
São oportunidades perdidas, que o tempo não perdoa,
Momentos enxugados, que a vida às vezes abroga.

Mas mesmo na efemeridade desses momentos fugazes,
Há beleza na simplicidade, nas entrelinhas, nas frases.
Pois é nesses pequenos instantes que a vida se revela,
E é neles que encontramos a magia, a chama que não desvela.

Então, que possamos valorizar cada momento enxugado,
Cada instante passageiro, por mais brevemente compartilhado.
Pois são eles que tecem a tapeçaria da nossa jornada,
E são eles que nos lembram da fragilidade, da beleza nada forçada.

Que possamos abraçar a efemeridade, a transitoriedade,
E encontrar significado nos momentos de simplicidade.
Pois é nas pequenas coisas que reside a verdadeira essência,
E é nos momentos enxugados que encontramos a transcendência.