O silêncio do celular

Poemas | Antologia Dolores Flor e convidados: tecendo vidas | Neiva Guarienti Pagno
Publicado em 30 de Agosto de 2023 ás 20h 28min

Vivemos tempos modernos 

Quando nos cabe uma reflexão 

Estamos profundamente conectados 

Com o celular em todas as mãos. 

 

A criança pequena brinca com o celular, 

Ela, então, fica tão quietinha...

Nem comida às vezes pede 

E aos pais não aborrece. 

 

O adolescente e seu melhor amigo: o celular, 

No quarto ficam trancados,

Sites, jogos, redes sociais, 

O diálogo rola solto com os amigos virtuais.

 

A mãe escolhe na net 

Os sites mais variados que existem, 

Compra, vende, compartilha:

Comidas, maquiagem, roupas de grife.

 

O pai no seu celular 

Dia e noite a navegar 

Em casa, na rua, no carro, no trabalho,

Sempre conectado... sem cessar. 

 

E a família mora sob o mesmo teto

Todos muito conectados

Ligados ao mundo em tempo real

Não se pode perder nada, pois tudo é sensacional.

 

Mas a casa fica vazia

De palavras, comunicação e brincadeiras,

Ninguém incomoda ninguém

Eles vivem de qualquer maneira.

 

Mas certamente sob este teto falte 

Aquilo que o celular não pode dar,

Amor, carinho, afeto,

Colo, abraços, ouvir alguém desabafar. 

 

E à criança talvez venha a faltar criatividade,

Ao adolescente verdadeiras amizades,

À mãe... ter uma família de verdade,

Ao pai... viver diante da realidade.  

 

Comentários

Um tema atualíssimo. Poucos param para refletir sobre um assunto tão importante. Se o celular veio minimizar muitas coisas do dia a dia, é preciso ter cuidado com a desagregação familiar, muito bem exposto no texto. Parabéns!

ENOQUE GABRIEL | 31/08/2023 ás 09:13 Responder Comentários
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