O Que Arde Não Se Apaga

Poemas | Carlos Roberto Ribeiro
Publicado em 04 de Fevereiro de 2025 ás 08h 31min

Trago nos olhos um fogo antigo,
não chama que consome,
mas brasa que insiste.
Caminho sobre nomes que o vento calou,
mas a poeira nunca engoliu.

 

Ouça—
as ruas falam com a língua do tambor,
o asfalto quente pulsa como ventre de mãe.
Cada pegada que deixo tem séculos de história,
cada palavra que solto é lança afiada.

 

Não sou relíquia, sou agora.
Sou o traço da cicatriz que virou arte,
o batuque que se fez código,
o silêncio que virou trovão.

 

O que arde não se apaga.
O que foi levado, volta.
O que foi quebrado, cresce.
E quando danço, a terra entende:
nada em mim se curva sem luta.

 

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