Estou cansada — não do amor em si,
mas do vazio que ele me deixou.
Parece que enfim compreendi
como dói dar tudo… e receber tão pouco amor.
Te amei com a alma inteira e desarmada,
com a ternura que só o coração inventa.
Mas tua entrega, sempre tão calculada,
fez da minha paixão uma dor lenta.
Entendi, sem palavras, tua distância,
nos gestos frios, na falta de ardor.
E a esperança, que em mim era constância,
desfez-se aos poucos no espelho da dor.
Não culpo teu peito por não me querer,
nem o destino por não nos igualar.
Mas há um lamento que não sei conter:
amar sozinha… é se deixar sangrar.