Eu sou o pardal, o pássaro comum
Que vive nas ruas, nos telhados, nos fios
Que canta sem parar, mas ninguém ouve
Que voa sem rumo, mas ninguém vê
Eu sou o pardal, o pássaro renegado
Que não tem beleza, nem cor, nem graça
Que não tem espaço, nem ninho, nem lar
Que não tem amigos, nem amor, nem paz
Eu sou o pardal, o pássaro sofrido
Que enfrenta o frio, a fome, o perigo
Que convive com o lixo, a poluição, o barulho
Que sobrevive com a sorte, a astúcia, o orgulho
Eu sou o pardal, o pássaro guerreiro
Que não desiste, nem se rende, nem se cala
Que luta, que resiste, que se adapta
Que canta, que voa, que vive