Senhoras e senhores, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2022, 35,9% dos jovens brasileiros não estudam nem trabalham. E, tendo uma velha raposa felpuda da política municipal, um filho nesta condição, ou seja, nem-nem. Na certa, cansado de sustentar o rebento, decidiu aproveitar o pleito municipal para resolver o problema doméstico, repassando o fardo para a municipalidade.
Bem ao estilo aristocrático do período do Brasil colônia, onde as capitanias hereditárias passavam de pai para filho, o velho político anunciou a sua aposentadoria e apresentou o filhote, para quem, segundo o velho, passava o bastão político!
Absurdo, até que não, se levarmos em consideração que tem um Deputado Federal que se considera príncipe do Brasil, porque nasceu Orleans e Bragança. Ter um filho de fazendeiro herdando o histórico político do pai nem parece tão absurdo assim.
Porém, nada é tão ruim na política municipal, que não pode piorar. Ao pedir o voto para o cargo de vereador para o jovem filho, o velho político foi traído pelo seu subconsciente, afirma que as qualidades do jovem são pescar, viajar e trabalhar.
É muito engraçado observar a escala de prioridades na vida do jovem candidato, segundo o seu pai, primeiro pescar, segundo viajar e, se não tiver mais nada interessante, aí vem o trabalho.
Sem nenhum projeto viável a apresentar, a campanha se limitou a vídeos de humor duvidoso e a certeza de que a campanha política não passava de mais uma tentativa de fazer o jovem se interessar por alguma coisa na vida, nem que seja, às custas do dinheiro público.
Não deu certo, a campanha somente acentuou a característica mais marcante do jovem, que nem estuda e nem trabalha, ou seja, a própria encarnação do nem-nem.
Graças a Deus, somados os votos, não chegaram a mil.
Dessa forma, o jovem continuará por mais quatro anos, desfrutando das boas pescarias, das viagens cinematográficas e, de vez enquanto, fazendo algum serviço, mas, sem cansar muito e às custas do pai.
Humor à parte, mas não foi dessa vez que a família conseguiu passar o nem-nem para o custeio dos cofres públicos do município.