O NATAL NA ROÇA

Contos | 2025 - DEZEMBRO - Luzes e esperanças: Histórias e poesias para aquecer o Natal | Edson Bento
Publicado em 27 de Junho de 2025 ás 15h 03min

O Natal na Roça


 

Era véspera de Natal em uma humilde casinha no interior, onde o cheiro do café fresco e do pão de milho assado invadia o ar. Seu Lindomar, um homem bondoso, honesto e trabalhador, estava animado, pois o Natal era uma época especial para sua família, que morava distante do povoado.


Naquela noite, sua esposa, Dona Léia, estava na cozinha preparando a ceia. Havia arroz com galinha caipira, farofa, maionese e muita salada; e, claro, a famosa rabanada que todos aguardavam ansiosos. Os filhos de Seu Lindomar — Marcos, Lino e Catarina — ajudavam a arrumar a mesa sob a luz suave das lamparinas.


Enquanto isso, na salinha da casa, um presépio feito à mão estava montado com carinho. As crianças adoravam ouvir as histórias natalinas que seu pai contava. Este ano, Seu Lindomar decidiu que fariam algo especial.


“Vamos convidar nossos vizinhos para celebrar conosco esta comunhão,” disse ele. “O Natal é uma época de paz e união!”


As crianças ficaram empolgadas com a ideia. Elas correram pela roça chamando amigos e vizinhos para a festa, enquanto Dona Léia, com seu toque especial em tudo, se destacava na cozinha. Ao cair da noite, a casa estava cheia de gente animada e de alegria contagiante. Todos trouxeram pratos típicos da roça: bolos de milho, doces caseiros e até um pouco da famosa cachaça do Seu Atílio.


Quando todos se reuniram ao redor da mesa farta, Seu Lindomar fez um brinde especial à amizade e à união. Depois da ceia, os adultos se divertiram com ritmos dançantes enquanto as crianças foram para o quintal e começaram a cantar canções de Natal sob as estrelas brilhantes.


Era vinte e quatro de dezembro, véspera natalina, mas pela animação no ar, parecia vinte e quatro de junho — dia de São João em plena festa junina.


No coração daquele povo simples, o espírito natalino era festivo e estava presente em cada sorriso e em cada abraço. Quando a meia-noite chegou, as crianças, com suas vontades saciadas, fizeram pedidos silenciosos ao olharem para as estrelas, acreditando que seriam atendidas.


Na manhã de Natal, todos acordaram emocionados com o sol radiante; na alma havia um sentimento de gratidão e no peito uma felicidade envolvente. Juntos, foram até o campo colher frutas frescas para fazer uma nova celebração.


E assim, naquela pequena propriedade do interior, o Natal se tornou uma tradição ainda mais forte — não apenas pelos comes e bebes ou pelos presentes, mas pela união e amor entre familiares e pela devoção daquela gente.


 

Edbento 

 

 

Comentários

O poeta também é contista? O ponto alto do seu conto é que todo ele versa em direção à comunhão e à alegria. Creio que deva ser dessa forma a alma do poeta! Parabéns!

Lorde Égamo | 04/07/2025 ás 14:01 Responder Comentários

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