O Mosaico do Infinito
Poemas | Carlos Roberto RibeiroPublicado em 04 de Dezembro de 2024 ás 17h 27min
Sou fragmento de um tempo indivisível,
Pulsando em linhas de um verso invisível.
Do caos, forjei minha forma primeira,
Do silêncio, colhi a palavra inteira.
Sou a onda que quebra e renasce no mar,
Um eco perdido no templo do olhar.
Cada sombra que dança ao toque da luz
É destino que tece e jamais se reduz.
Sou o voo da folha ao sabor do vento,
O instante fugaz que detém o momento.
No abismo da noite, sou estrela cadente,
Lâmina de prata no céu transcendente.
Sou a voz que ecoa em teu coração,
O pranto calado da revolução.
Na carne do tempo, tatuo um porvir,
Onde o eterno se atreve a existir.
E assim me revelo: um todo disperso,
O mosaico do mundo em um único verso.
Na poesia do ser, sou universo,
Indizível, imenso, mas sempre reverso.