O Legado do Camponês.
Em um lugar distante, morava um camponês, já avançado em seus dias, com sua esposa, Lídia, e suas filhas, Ana, Júlia e Esmeralda.
Próximo dali vivia um simpático jovem chamado André, que morava sozinho em seu pequeno chalé. Os pais de André também seguiam aquele estilo de vida. De vez em quando, ele passava pela casa do camponês. Conversavam, compartilhavam experiências e se divertiam.
Certo dia, André começou a desejar uma vida igual à do camponês. Ele percebia que aquele homem era bem-sucedido. Mesmo não sendo rico, tinha tudo: uma casa acolhedora, uma esposa amorosa, uma lavoura que garantia o sustento, uma linda cachoeira, um bosque para caçar e suas três filhas encantadoras. O camponês era, sem dúvida, um homem realizado.
André começou a imaginar como seria bom ter o que o camponês possuía. Não lhe faltava muito: ele já tinha um chalé, uma roça que garantia o sustento, alguns animais, um belo riacho cheio de peixes e uma floresta repleta de recursos. Mas André sentia que algo ainda faltava. E o que lhe faltava era uma esposa.
Sabendo que o camponês também fora um jovem como ele, André, em uma das visitas à casa do amigo, resolveu abrir o coração:
— Somos bons amigos, temos algumas coisas em comum, gostamos do mesmo estilo de vida e compartilhamos os mesmos ideais e princípios — começou André.
— Muito bem, André, isso é muito importante para a construção de uma vida sólida — respondeu o camponês.
André, sorridente e simpático, continuou:
— Porém, eu queria ser como o senhor.
O camponês ficou surpreso ao ouvir aquelas palavras e perguntou:
— Como eu?
— Sim — respondeu André. — Vejo que o senhor é bem-sucedido e tem tudo o que qualquer pessoa gostaria de ter. Qual é o segredo?
Com um sorriso no rosto, o camponês respondeu:
— Meu bom rapaz, o homem não precisa de muito para ser feliz. Um bom lugar para se instalar, estabelecer limites e agregar princípios e valores é um bom começo.
André prosseguiu:
— Ainda me falta algo!
O camponês sorriu novamente. Experiente, já havia entendido a intenção de André, e disse:
— Vejo que sua intenção é agradável aos meus olhos. Tens um coração bom. Agora me diga: qual das minhas filhas conquistou seu coração?
André, muito respeitoso, respondeu:
— Todas são muito bonitas, mas meu coração vibra pela de calça e camisa.
O camponês, sorridente, chamou Esmeralda e disse:
— Está vendo este moço, minha linda Esmeralda?
— Sim, meu pai! — respondeu ela.
— Você é o meu tesouro. Mas, como um dia fui um jovem como André, sei como as coisas acontecem, e aprecio as palavras que ele me disse. Este moço deseja, junto com você, construir um legado. Você está disposta?
— Sim, meu pai! — respondeu Esmeralda, esbanjando simpatia.
A mãe de Esmeralda, junto com suas irmãs, Ana e Júlia, correu para organizar o casamento.
Numa cerimônia simples, mas cheia de harmonia, com toda a família reunida, uma nova família foi formada.
O camponês, feliz, comentou:
— Estou cumprindo o meu papel, ensinando que, com amor, se constrói uma nação.
O camponês abençoou a união de Esmeralda e André, que seguiram o exemplo do simples e bem-sucedido homem daquele lugar distante.
De vez em quando, eles voltavam para passar o dia na casa do camponês, levando consigo a linhagem de um povo simples e feliz. Ana e Júlia também encontraram seus caminhos, seguindo as orientações do pai.
Hoje, o camponês vive com sua esposa, cercado pelo legado de sua família.
Moral: a simplicidade e os valores familiares como base para a felicidade.
Por. Rose Correia.