O Lar que habita em mim
Poemas | Valter Figueira e convidados: Às margens da vida | Amanda MazzeiPublicado em 29 de Março de 2025 ás 18h 01min
Sou quem caminha comigo quando a noite se alonga,
quando o silêncio pesa e o mundo adormece.
Sou a voz que não me abandona,
o olhar que persiste,
a presença que nunca parte.
Já procurei companhia nos ventos que passam,
nos olhos alheios, nas promessas vazias,
mas foi no eco da minha própria alma
que encontrei o abrigo que sempre busquei.
Sou aquela que me escuta quando ninguém ouve,
que me entende quando nem mesmo sei me explicar.
Sou o abraço que me envolve nas madrugadas frias,
a palavra que resgata minha esperança adormecida.
Já tentei fugir de mim, me perder em caminhos alheios,
buscando no outro o que só em mim podia existir.
Mas cada estrada me trouxe de volta,
cada ausência me fez mais inteira.
Hoje sei que sou mais que um nome,
mais que um reflexo no espelho,
sou a história que escrevo,
a coragem que pulsa,
o amor que floresce de dentro.
Não sou pedaço à espera de encaixe,
nem vazio a ser preenchido.
Sou presença, sou essência,
sou quem fica quando tudo se vai.
E mesmo que o mundo se desfaça em sombras,
mesmo que o tempo tente me dobrar,
eu serei minha própria luz,
meu próprio lar,
minha melhor companhia.