O GATINHO E A FLECHA

Cordel | Josivaldo Constantino dos Santos
Publicado em 09 de Fevereiro de 2024 ás 15h 56min

O GATINHO E A FLECHA

 

Faço aqui uma narrativa

De uma história inusitada

Um gatinho preto e branco

Parado numa calçada

Com uma enorme flecha

Em seu corpo, atravessada.

 

Em Sinop, Mato Grosso

Foi esse acontecimento

Quem praticou, não sabemos

É pessoa sem sentimento

Sem respeito e amor à vida

Gente sem discernimento.

 

Ele estava paradinho

No portão de uma pessoa

Uma distinta senhora

De uma alma muito boa

Que ao ver aquela cena

Não deixa o gatinho atoa.

 

Avisou o seu esposo

E o gatinho pegou

O levou pra sua casa

E a ponta da flecha quebrou

E imediatamente

Para o médico, o encaminhou.

 

Na clínica veterinária

Receberam o gatinho

O trataram com cuidado

Com amor e com carinho

Fizeram uma cirurgia

No indefeso bichinho.

 

A notícia se espalhou

No rádio e televisão

Todos muito indignados

Com aquela situação

Quem fez isso com o gatinho

Não tem um bom coração.

 

Estômago, baço e fígado

Foram os órgãos afetados

Bem pertinho da vesícula

Órgãos, todos machucados

Pessoas que o flecharam

São seres muito malvados.

 

Além da flecha no corpo

O médico encontrou chumbinho

Meu Deus! Que ato cruel

Fizeram com esse bichinho

Animalzinho indefeso

Que só transmite carinho.


Chico, é o nome do gatinho

Na região, conhecido

Nas ruas por onde andava

Chico era acolhido

Davam comida pra ele

Era um gatinho querido.

 

A cidade esperava

Sua recuperação

Pedindo a Deus que o salvasse

Muitos fizeram oração

Mas na tarde do outro dia

Veio a decepção.

 

O gatinho não resistiu

A, tão grande ferimento

E a notícia que nos veio

Foi o seu falecimento

Findou a sua agonia

Findou o seu sofrimento.

 

A violência tornou-se

Uma ação muito banal

Se mata, gente e bichos

Como se fosse normal

Se mata, só por matar  

Covardia sem igual.

 

Quem matou esse gatinho

Não foi aquela flechada

Foi a maldade humana

Insana e descompensada

Uma alma desumana

Inútil e desaprumada.

 

Foi flecha de ignorância

Foi a flecha da maldade

A flecha da violência

Flecha da perversidade

Flecha da maledicência

Flecha da impunidade.

 

Peço a Deus que coisa assim

Não aconteça jamais

A vida pede respeito

E respeito nunca é demais

Respeito à vida humana

E a vida dos animais.  

 

 

Comentários

Parabéns, poeta por seu brilhante poema. Comungo da sua indignação. Seres malvados! Quem faz isso com um bichinho indefeso tem o coração de satanás, não é possível um elemento desse ser filho de Deus!

Enoque Gabriel | 09/02/2024 ás 16:18 Responder Comentários

Deixo aqui também minha indignação pela crueldade de um ser humano. Muito emocionante seus versos retratando com sábias palavras este triste acontecimento… Que esses versos possa tocar os corações dos insensíveis…

Elizabet | 09/02/2024 ás 16:34 Responder Comentários

Que triste!

Dolores Flor | 10/02/2024 ás 08:56 Responder Comentários

Parabens Poeta!!!

Sirlei Gribler | 14/02/2024 ás 12:41 Responder Comentários
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