O Filho

Contos | Claison Maldonado das Neves
Publicado em 17 de Março de 2024 ás 09h 16min

Carlos era um homem comum, que levava uma vida tranquila em uma pequena cidade do interior. Ele trabalhava como mecânico em uma oficina, era casado com Ana e tinha dois filhos, Pedro e Luísa. Ele não tinha nada de especial, nem de estranho, em sua vida. Até que um dia, tudo mudou.

Era uma noite de sábado, e Carlos estava voltando para casa depois de um dia de trabalho. Ele dirigia seu carro pela estrada, ouvindo música no rádio, quando viu uma luz brilhante no céu. Ele achou que era um avião, ou um helicóptero, mas logo percebeu que era algo diferente. Era um objeto voador não identificado, um disco prateado que emitia um som agudo e girava no ar. Carlos ficou assustado e curioso. Ele diminuiu a velocidade e seguiu o objeto com os olhos. Ele viu que o objeto se aproximava de um campo, perto de uma floresta. Ele decidiu que iria investigar. Ele saiu da estrada e entrou no campo, seguindo o rastro da luz.

Quando chegou perto da floresta, ele viu que o objeto havia pousado no chão, em uma clareira. Ele estacionou o carro e desceu, levando uma lanterna. Ele caminhou em direção ao objeto, com cuidado. Ele não sabia o que iria encontrar. Ele não sabia se era perigoso, ou se havia alguém dentro. Ele só sabia que era algo extraordinário, e que ele queria ver de perto.

Ele chegou à clareira e viu o objeto de perto. Era um disco metálico, de uns dez metros de diâmetro, com uma cúpula transparente no topo. Ele não viu nenhuma porta, nenhuma janela, nenhuma antena. Ele não viu nenhum sinal de vida. Ele se perguntou se o objeto estava vazio, ou se havia alguém escondido. Ele se aproximou mais, e tocou na superfície do disco. Ele sentiu um choque elétrico, e recuou. Ele ouviu um ruído, como se algo se abrisse. Ele olhou para cima, e viu que a cúpula se levantava, revelando o interior do objeto. Ele viu uma luz azul, e uma figura se movendo. Ele viu um ser vivo, mas não era humano. Era um extraterrestre.

O extraterrestre era alto, magro e verde. Ele tinha uma cabeça grande, com dois olhos grandes e negros, um nariz pequeno e uma boca fina. Ele tinha duas orelhas pontudas, e dois chifres na testa. Ele tinha quatro braços, e quatro mãos, com três dedos cada. Ele tinha duas pernas, e dois pés, com três dedos cada. Ele usava uma roupa preta, que cobria todo o seu corpo, exceto a cabeça. Ele segurava um aparelho estranho, que parecia uma arma. Ele olhou para Carlos, e sorriu. Ele disse, em um português perfeito:

- Olá, pai.

Carlos ficou paralisado, sem acreditar no que ouvia. Ele pensou que estava sonhando, ou que estava louco. Ele não entendeu o que o extraterrestre quis dizer. Ele não era seu pai. Ele não tinha nenhum filho verde. Ele não tinha nada a ver com aquele ser. Ele perguntou, confuso:

- Pai? Do que você está falando? Quem é você?

- Eu sou seu filho, pai. Eu vim de outro planeta, para te conhecer. Eu sou fruto de um experimento genético, que misturou seu DNA com o de minha mãe, uma alienígena. Eu sou um híbrido, pai. Eu sou metade humano, metade alienígena - o extraterrestre explicou.

- Isso é impossível. Isso é absurdo. Você está mentindo. Você está me enganando. Você quer me fazer mal. Você quer me matar - Carlos disse, assustado.

- Não, pai. Eu não estou mentindo. Eu não estou te enganando. Eu não quero te fazer mal. Eu não quero te matar. Eu quero te abraçar. Eu quero te amar. Eu quero ser seu filho, pai - o extraterrestre disse, emocionado.

- Como você sabe que eu sou seu pai? Como você me encontrou? Como você fala português? - Carlos perguntou, incrédulo.

- Eu sei que você é meu pai, porque eu tenho seu DNA. Eu te encontrei, porque eu rastreei sua localização. Eu falo português, porque eu aprendi com um tradutor universal. Eu sei tudo sobre você, pai. Eu sei seu nome, sua idade, sua profissão, sua família. Eu sei que você é um bom homem, um bom marido, um bom pai. Eu sei que você me aceitaria, se me conhecesse. Eu sei que você me amaria, se me visse. Eu sei que você é meu pai, pai - o extraterrestre disse, confiante.

- Você está louco. Você está delirando. Você não é meu filho. Você é um monstro. Você é uma aberração. Você é um perigo. Você tem que ir embora. Você tem que me deixar em paz. Você tem que sumir daqui - Carlos disse, nervoso.

- Não, pai. Eu não estou louco. Eu não estou delirando. Eu não sou um monstro. Eu não sou uma aberração. Eu não sou um perigo. Eu não vou embora. Eu não vou te deixar em paz. Eu não vou sumir daqui. Eu vou ficar com você. Eu vou te levar comigo. Eu vou te mostrar o meu mundo. Eu vou te fazer feliz, pai - o extraterrestre disse, determinado.

Ele então apontou o aparelho que segurava para Carlos, e apertou um botão. Um raio vermelho saiu do aparelho, e atingiu Carlos no peito. Carlos sentiu uma dor intensa, e caiu no chão, inconsciente. O extraterrestre se aproximou dele, e o pegou nos braços. Ele o levou para dentro do disco, e fechou a cúpula. Ele ligou o motor, e decolou. Ele levou Carlos para o espaço, para o seu planeta. Ele levou Carlos para o seu destino.

 

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