O Filho da Terra

Crônicas | 2025 - Antologia Edson Bento e Convidados - Conexão com o universo | Rose Correia
Publicado em 17 de Setembro de 2025 ás 09h 37min

Sinopse

Uma crônica poética que retrata a vida simples e serena atrás da montanha, onde a natureza oferece fartura e o tempo parece seguir outro compasso. Entre o aconchego do fogão a lenha, o sabor do chimarrão e a presença da família, revela-se a voz de quem escolheu viver em harmonia com a terra. É a história simbólica do Filho da Terra, guardião da simplicidade e do amor verdadeiro.

 

“Ser Filho da Terra é guardar no peito a paz que o mundo esqueceu.”

    O Filho da Terra 

Atrás de uma montanha, num lugar escondido, a brisa brinca com o tempo, a chuva com as folhas e as nuvens fazem esconde-esconde com o sol, enquanto o céu observa. Ali existe uma casinha feita de bambu, com telhado amarelado pelos raios de luar e piso de chão batido. No quintal, algumas aves ciscam tranquilas, e o curral, simples, abriga os animais.

 

Não muito distante, os olhos se enchem com a fartura que a terra produz: cana-caiana, batata, aipim, legumes variados e até diferentes tipos de bananeira. A água, guardada no pote de barro com copos e jarros no tabuleiro, é doce e natural. Vem de uma nascente que brota limpa e transparente, de graça, graças a Deus.

 

Ao lado, o fogão a lenha esquenta a casa inteira durante o inverno, enquanto lá fora a vida passa ligeira no tempo que é passageiro. Aqui dentro, porém, tudo é devagar, no compasso do estalar do braseiro. A chapa enfeitada de pinhão aquece o corpo, e o velho e bom chimarrão aquece a alma.

 

Na despensa, os tonéis estão cheios — a colheita foi generosa. Agora é tempo de verso e prosa para quem quiser se achegar. O lugar é simples, mas é na simplicidade que se encontra o amor e a paz.

 

E aqui estou, junto da minha família, meu bem maior. Enquanto eu respirar, ficarei neste lugar — dizia o bom rapaz, o Filho da Terra.

 

Por: Rose Correia.

Comentários

Uma bela crônica que mostra o que é a vida campesina bem rudimentar, mas cheia de vida e felicidade!

Lorde Égamo | 17/09/2025 ás 11:04 Responder Comentários

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