O Eco Do Irreversível
Poemas | Carlos Roberto RibeiroPublicado em 07 de Setembro de 2024 ás 16h 25min
Não sei como pude lidar com aquela situação...
O peso do mundo, que um dia foi meu,
Ruiu diante dos meus pés.
Eu vi o horizonte partir-se em dois,
Como se a própria vida estivesse em colapso,
E eu, frágil, no meio de um caos invisível.
Eu lembro dos dias de sol,
Dos sorrisos que, tão simples, curavam feridas.
Agora, o vazio.
Aqueles olhos que me deram força,
Hoje me fitam com uma saudade que corta.
Perdi, talvez, mais do que poderia ter perdido.
Perdi-me a mim mesmo,
E não sei onde fui parar.
O vento já não canta como antes,
A noite se arrasta, interminável,
E o eco dos meus pensamentos
Grita nomes que nunca mais vou chamar.
Como pude continuar?
Como pude respirar,
Se cada respiro era um lembrete
De tudo o que se foi?
A verdade é que eu não consegui.
Caminhei por inércia,
Afogado em memórias que me arrastavam,
Tentando, em vão, achar consolo
Na ilusão de que o tempo cura.
Mas o tempo não cura.
Ele só apaga as cores,
Deixa tudo pálido,
Desbotado.
E, no fim, só restam as lembranças frias,
Que nunca vão embora,
Que sempre ficam,
E doem.
Eu não sei como pude lidar com tudo aquilo...
Talvez eu nunca tenha lidado.
Comentários
Maravilhoso, muito forte.
ADAILTON LIMA | 07/09/2024 ás 16:46 Responder ComentáriosO Eco que o poeta ouve em sua mente, que faz a vida perder a graça, o viço, a cor, e o sabor, é a depressão, não tem como tempo sarar o que não se consegue explicar a causa e a razão.
Keila Rackel Tavares | 07/09/2024 ás 17:29 Responder Comentários