O Eco das Palavras
Lucas sempre gostou de desenhar.
Enquanto os outros corriam pelo pátio, ele preferia ficar sentado perto da árvore do fundo da escola, preenchendo cadernos com traços, cores e mundos que só ele conhecia.
Mas, para alguns colegas, isso era motivo de riso.
— Olha o esquisito desenhando de novo!
— Vai virar artista de caderno?
As palavras vinham como pedras.
Lucas fingia não ouvir, mas cada risada ecoava dentro dele.
Na sala de aula, ele falava pouco.
Tinha medo de errar, de chamar atenção, de virar alvo outra vez.
A escola, que deveria ser um lugar de aprendizado, começou a parecer um lugar de silêncio e dor.
Certo dia, a professora pediu que cada aluno criasse um trabalho livre sobre “Quem eu sou”.
Lucas hesitou. Pensou em não entregar nada.
Mas naquela noite, desenhou tudo o que sentia: a solidão, o medo, as lágrimas escondidas… e também um menino segurando um lápis como se fosse um escudo.
No dia da apresentação, suas mãos tremiam.
Ele respirou fundo e mostrou o desenho.
A sala ficou em silêncio.
Pela primeira vez, ninguém riu.
Alguns colegas abaixaram a cabeça.
Outros perceberam que aquelas brincadeiras tinham deixado marcas.
Um dos meninos que mais zombava de Lucas se levantou e disse, com a voz baixa:
— Eu… não sabia que machucava tanto.
Aquele pedido de desculpas não apagou tudo.
Mas abriu uma porta.
A escola passou a falar mais sobre respeito, empatia e cuidado.
E Lucas continuou desenhando agora com um pouco menos de medo e um pouco mais de coragem.
Porque ele aprendeu algo importante:
Palavras podem ferir profundamente,
mas também podem curar quando usadas com responsabilidade.
Mensagem Final Impactante