O Deboche da Ternura
Teu olhar flutua, luz
E a poesia insinua,
Culpa do sol e da lua
Que o brilho te seduz!
Vês meu lado de flor,
Que sorri da solidão,
Põe em meu coração
O deboche do amor!
Madrugada que tece,
Coração em rendas,
Alvorecer das tendas
N’alma que floresce!
Quem não nega juras,
Tem provas vivas,
Do ser que cativas
D’mor que censuras!
Branca a paz da cor,
Morena com ternura,
Mais doce a doçura
Da negrura do amor!
Copiosa Leda figura,
De faceira sensatez,
Risonha é a sua tez,
Que auge de lisura
e formosura!
Edbento