Hoje o dia amanheceu diferente,
o sol brilhou de um jeito ardente.
Ela lembrou de mim, sutil, sem pressa,
num bom dia que aqueceu minha mente.

Meu coração, que sempre esperava,
dessa vez, foi quem se surpreendia.
O destino, travesso, tecia sua trama,
e me guiava pra sua companhia.

Café da manhã, convite singelo,
corri sem medo, sem titubear.
Vestido com sonhos e um laço sincero,
cheguei com o peito pronto a pulsar.

O olhar trocado, o silêncio que fala,
mas algo em seu rosto pedia atenção.
Hesitante, entre palavras trêmulas,
desfiou segredos, expôs o coração.

Lágrimas vieram, verdades surgiram,
diluindo as dores em gotas de mar.
E quando pensava que o tempo parava,
suas palavras me fizeram tremer e suar.

"Sonhei contigo…" sua voz sussurrava,
"mas foi no meio do ano passado."
Meu peito saltou, meus lábios secaram,
o mundo girava, eu já não pensava.

"No sonho, você me dizia baixinho,
que me amava… e amava demais!"
O tempo parou, senti o destino,
entrelaçando os momentos fugaz.

Pedi um abraço, sem medo, sem culpa,
ela me envolveu, num laço sem fim.
Ali, sem palavras, sem medo ou desculpa,
éramos apenas um "nós", enfim.

Mas logo a vida nos trouxe de volta,
com suas dores, dilemas e prazos.
O amor, ah, o amor, tão puro e sincero,
não cobra, não prende, é um doce abraço.

Se for amizade, que seja sublime,
se for um amor, que venha a florir.
Só quero que brilhe, que tenha alegria,
e que seu sorriso me faça sorrir.

E se o destino guardar mais mistérios,
deixo que o tempo nos venha contar.
O coração, mesmo em silêncio,
sabe que sempre soube amar.