O choro dele

Ó choro dele, é uma pérola oculta,   

Em concha aninhada no fundo profundo,   

Na vastidão suave das águas turquesa,   

Teu lamento suave ressoa, fecundo.   

Na dança das ondas, um eco sereno,   

Um canto de dor, de amor e de vida,   

Em cada gota que na areia se aquieta,   

Uma história de almas, entre risos e ferida.   

Teus prantos, como pérolas de sal,   

Brilham na escuridão, luz no abismo,   

Cada nota alheia, um sopro ancestral,   

Guardada na concha, em puro heroísmo.   

Quando a lua desce, transforma em prata,   

Os mistérios ocultos que o mar não revela,   

Ouvindo, percebo, mesmo na desata,   

Teus choros ressoam com a força e a tela.   

Ó choro, não é só tristeza que traz,   

É a essência da vida, em ecos de dor,   

Em cada suspiro, em cada sozinho faz,   

A jornada mais bela, repleta de amor.   

Concha que abriga o segredo profundo,   

Teus gemidos, como ondas, reverberam,   

E nas marés do tempo, em seu ciclo fecundo,   

Ouvirei sempre a beleza que esperam.   

Ó doce lamento, pérola escondida,   

Que no coração do mar se despede,   

Transcende em canções, a vida perdida,   

Em cada gota de lágrima, a vida se tece.   

E ao mergulhar nas águas do silêncio,   

Descubro a beleza em meio à dor,   

Teu choro, uma joia, um sopro, um começo,   

No fundo do oceano, renasce o amor.