Que festa é esta, tão cheia de vozes,
onde danço sozinho em meio ao salão?
Que alegria imensa, vestida de ausências,
canta e sorri no tom da solidão.
Que banquete farto de gestos vazios,
onde a fome abraça o meu coração!
Que ternura gélida em olhares distantes,
me aquece com sua negação.
Que amor tão pleno, que nunca me toca,
mas beija a sombra da ilusão,
e eu, tão feliz, celebro sozinho,
no esplendor da desolação.