O arcanjo
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 08 de Dezembro de 2025 ás 16h 02min
O arcanjo está com teus olhos furiosos
observando a dança insana da humanidade,
um balé de sombras e luzes tênues,
onde o egoísmo floresce como erva daninha
em campos antes férteis de compaixão.
Sua estada afiada está cintilando fogo,
uma promessa de purificação,
um raio de esperança disfarçado
de fúria divina,
um espelho que reflete a nossa própria desgraça.
Ele vê a inocência corrompida,
a ganância que cega os corações,
as guerras travadas em nome da paz,
a fome em meio à fartura,
o desrespeito pela vida que pulsa em cada ser.
Seus olhos são oceanos de tristeza e ira,
testemunhas silenciosas da autodestruição,
um clamor mudo por mudança,
um apelo desesperado
para que a bondade ressurja das cinzas.
Mas em meio à escuridão,
uma fagulha de esperança persiste,
a semente do amor ainda resiste,
aguardando o momento de florescer,
de transformar a fúria em redenção.
O arcanjo observa, impassível,
aguardando a escolha da humanidade,
o caminho da destruição ou da salvação,
o fogo purificador ou a nova aurora,
o destino escrito nas estrelas.