O Amor e o Vento.
Lá no alto da montanha, bem distante,
mora alguém que, loucamente,
ama uma viajante.
Toda noite, em seu quarto,
reluta em não lembrar
dos momentos envolventes
que com ela pôde estar.
Mas no peito estão guardados,
em caixinhas decoradas,
esperando ela chegar.
Todo amor, aconchego,
abrigo e um lar,
nem que seja temporário
ou o tempo necessário
para ela se ajeitar.
E do alto da montanha,
com olhar triste e medonho,
busca, ao longe, avistar
sua flor linda e bela,
que saiu sem avisar,
como o vento que passou pela janela,
sem pressa de voltar.
Na montanha, solitário,
nunca deixa de sonhar
que um dia ela irá,
para ele, retornar.
E felizes, novamente,
um momento se alegrar,
até que, como o vento incessante,
ela voe sem avisar.
E no alto da montanha,
ele fica a sonhar:
seu amor é viajante,
mas é nela que seu amor
quis morar.
Rose Correia.