NUVEM NEGRA
Por muitos anos
Uma densa nuvem negra
Encobriu todo meu ser.
Ofuscou minha alma
Roubou meu espírito.
Adoeceu o meu corpo.
Anulou meus pensamentos.
Eu era o espectro da morte.
Meus dias eram
Inúteis e vazios.
Agia mecanicamente.
Era uma marionete
Em suas mãos
Dominada pela solidão.
Em alguns momentos
Visualizava uma luz
No fim do túnel,
Tênue, distante,
Muito vaga.
Confesso que não tinha
Forças para alcançá-la.
A nuvem negra nada percebia.
Apenas sugava minha energia,
Porque assim sabia,
Que fraca,
Eu não reagiria.
Quantas lágrimas derramei!
Quantas vezes supliquei!
Quantas vezes pedi
E até implorei, mas ela,
Insensível, egoísta
E mesquinha,
A minha dor
Não percebia.
Um dia porém,
Uma forte tempestade
Obrigou-me a tomar
A mais difícil decisão:
Viver ou morrer
Era essa a questão.
Optei em viver e fugi
Da escuridão
Das trevas,
Buscando a luz.
Digo com toda sinceridade
Que não foi e que
Não está sendo fácil
Porque quando se vive
Refém da violência,
Aprisionada, acorrentada,
Humilhada, desprezada,
Explorada, ameaçada
Recomeçar exige
Aprender tudo de novo.
Comentários
Muito intenso seu poema. Nele a poetisa expôs o perfil da liberdade! É preciso ser forte para conquista-la! Parabéns!
Enoque Gabriel | 19/04/2022 ás 22:19 Responder ComentáriosTriste relato de muitas mulheres por aí... muito bem retratado. Chega dói o coração. PARABÉNS.
Iziz | 19/04/2022 ás 23:26 Responder ComentáriosBelíssimo poema, chega ser palpável. parabens
Eidi Martins | 20/04/2022 ás 20:08 Responder Comentários