Nunca mais

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 08 de Dezembro de 2025 ás 15h 58min

Nunca mais sussurrarei o teu nome nas áreas do deserto, 

 onde o sol causticava a memória, 

e cada grão de areia 

guardava o eco 

de juramentos partidos. 

 

O vento, outrora cúmplice, 

agora açoita o silêncio, 

um silêncio denso, 

pesado como a areia movediça 

que ameaçava engolir-nos. 

 

As dunas se erguem, 

monumentos ao que foi, 

testemunhas mudas 

de um amor desidratado, 

seco como o leito de um rio esquecido. 

 

As miragens dançam, 

fantasmas de promessas, 

ilusões que se desfazem 

ao toque da realidade, 

cruel e implacável. 

 

O meu coração, 

um oásis exaurido, 

já não floresce 

com a lembrança do teu toque, 

apenas a aridez persiste. 

 

Assim, 

deixo o deserto reclamar o teu nome, 

deixo o vento levá-lo para longe, 

para onde não possa mais 

ferir a terra ressequida 

da minha alma.

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