Nasceu à Flor !
Neste naco de chão,
Em 1930 no Rio Grande
travou uma batalha.
Que na luz de duas retinas de titãs
uma flor nasceu em alto relevo.
A vida de uma prenda veio
em um rosto de menina.
Que seus lábios o Rio Grande
veio beber sabedorias.
Com o tempo a luz
de seus olhos veio
brilhar como braseiros.
Suas conquistas são forjadas
nas molduras do calendário
do tempo.
Suas batalhas travadas
como Ana terra
e seus guerreiros farroupilhas:
Adolfo trouxe a experiência
de ser pela primeira vez
Mãe e Rainha;
Amaro reforçou seu ser
iluminado, seu ontem e hoje;
Nágila talvez encarnação
de Anita, guerreira ou sua cópia
do passado e sua energia sem fim;
Jorge seuCaçula suas poesias
e seus versos exterminados;
Flor das coxilhas
feitas de raízes de figueiras.
O tempo registrou seus feitos,
abrigou mendigos
e fez de escolas castelos,
de alunos homens e doutores
e talvez caudilhos.
Rude foi o tempo com a flor
mas para aqueles olhos eu
saberia cantar.
Meus dedos de sovar tentos,
arrancarão acordes de seus abraços
que são tão suaves que o vento.
Com esta alma machucada
por caprichos de mulher,
ficará tão perfumada
com a manha orvalhada
em campos de malmequer.
Ao procurar em mim o mistério
desta mulher denominada Flor,
encontrei uma mulher
com assas de beija-flor.
Que traz dentro de si
seus mistérios sim...
Para aqueles olhos com flores
eu saberia cantar!
Flor que carrega a história
de todos sobre seu manto de musa.
Em suas lagrimas umedecia
sua alma que registra seus feitos
em brisas leve e calma.
Amadrinhando sua saudade
relembrando suas lembranças
mais lindas que guarda
dentro de si...
O destino para você
é como potro Xucro,
que não respeita alambrados.
O tempo consome seu corpo,
mas sua alma é como
menina Flor.
Que ela guarda como
esporas afiadas cortando
gritos silentes.
Ó minha mãe flor !
As minhas lágrimas
do sereno brilham
nas hastes dos juncos,
como vidrilhos da noite
que perderão a razão.
O tempo me deu distancia,
de sua presença,
que não deixei,
que passasse desapercebido
entre as flechilhas do meu chão.
Fica com Deus mãe querida.
Vá á busca dos teus sonhos
que ainda estão descampados,
como várzea e coxilhões.
Vai em busca dos Rincões,
Furnas, Peraus e Grotões.
Quanto a nós... Cá ficaremos
entre a sobra e a claridade
pois os golpes dos anos
que atropelou nossos planos
e nos branqueou as melenas,
nos deu as águas serenas
com Paz, Amor e Saudade.
Mas ouve mãe querida,
nossos apelos.
Leva em teus ¨ magros ¨ Cabelos
repletos de mocidade
um minuto de paciência,
para abrandar a minha
ansiedade de sua ausência.
Me permita pelo menos
plantar umas flores,
no oitão do meu coração,
que fiz de jardim
para te homenagear
e enaltecer tua existência,
como também matar a saudade
da Flor que deu à vida
para mim !!!
Amo e basta !
Jorge Cassepp
Comentários
Que belo, poeta Jorge! Sua mãe flor está a desabrochar no mais belo jardim! Bela homenagem! Parabéns, amigo!
ENOQUE GABRIEL | 29/08/2022 ás 16:46 Responder ComentáriosLindíssima composição! As mães sempre estão a florir nalgum palmo de chão. Seja aqui ou na eternidade, elas aquentam o nosso coração. (Com sua permissão,colega, vou copiar seu bordão : gostei e basta!)
Isolti Marli Cossetin | 29/08/2022 ás 21:21 Responder Comentários