Nasceus à Flor !

Poemas | Jorge Cassepp
Publicado em 29 de Agosto de 2022 ás 16h 34min

Nasceu à Flor !

 

Neste naco de chão,

Em 1930 no Rio Grande

travou  uma batalha.

Que na luz de duas retinas de titãs

uma flor nasceu em alto relevo.

A vida de uma prenda veio

em um rosto de menina.

Que seus lábios o Rio Grande

veio beber sabedorias.

 

Com o tempo a luz

de seus olhos veio

brilhar como braseiros.

Suas conquistas são forjadas

nas molduras do calendário

do tempo.

 

 

Suas batalhas travadas

como Ana terra

e seus guerreiros farroupilhas:

Adolfo trouxe a experiência

de ser pela primeira vez

Mãe e Rainha;

Amaro reforçou seu ser

iluminado, seu ontem e hoje;

Nágila talvez encarnação

de Anita, guerreira ou sua cópia

do passado e sua energia sem fim;

Jorge seuCaçula suas poesias

e seus versos exterminados;

 

Flor das coxilhas

feitas de raízes de figueiras.

O tempo registrou seus feitos,

abrigou mendigos

e fez de escolas castelos,

de alunos homens e doutores

e talvez caudilhos.

Rude foi o tempo com a flor

mas para aqueles olhos eu

saberia cantar.

 

 

Meus dedos de sovar tentos,

arrancarão acordes de seus abraços

que são tão suaves que o vento.

Com esta alma machucada

por caprichos de mulher,

ficará tão perfumada

com a manha orvalhada

em campos de malmequer.

 

 

Ao procurar em mim o mistério

desta mulher denominada Flor,

encontrei uma mulher

com assas de beija-flor.

Que traz dentro de si

seus mistérios sim...

Para aqueles olhos com flores

eu saberia cantar!

 

 

Flor que carrega a história

de todos sobre seu manto de musa.

Em suas lagrimas umedecia

sua alma que registra seus feitos

em brisas leve e calma.

Amadrinhando sua saudade

relembrando suas lembranças

mais lindas que guarda

dentro de si...

 

O destino para você

é como potro Xucro,

que não respeita alambrados.

O tempo consome seu corpo,

mas sua alma é como

menina Flor.

Que ela guarda como

esporas afiadas cortando

gritos silentes.

 

 

Ó minha mãe flor !

As minhas lágrimas

do sereno brilham

nas hastes dos juncos,

como vidrilhos da noite

que perderão a razão.

O tempo me deu distancia,

de sua presença,

que não deixei,

que passasse desapercebido

entre as flechilhas do meu chão.

 

Fica com Deus mãe querida.

Vá á busca dos teus sonhos

que ainda estão descampados,

como várzea e coxilhões.

Vai em busca dos Rincões,

Furnas, Peraus e Grotões.

Quanto a nós... Cá ficaremos

entre a sobra e a claridade

pois os golpes dos anos

que atropelou nossos planos

e nos branqueou as melenas,

nos deu as águas serenas

com Paz, Amor e Saudade.

 

 

Mas ouve mãe querida,

nossos apelos.

Leva em teus ¨ magros ¨ Cabelos

repletos de mocidade

um minuto de paciência,

para abrandar a minha

ansiedade de sua ausência.

Me permita pelo menos

plantar umas flores,

no oitão do meu coração,

que fiz de jardim

para te homenagear

e enaltecer tua existência,

como também matar a saudade

da Flor que deu à vida

para mim !!!

 

 

 

Amo e basta !

Jorge Cassepp

Comentários

Que belo, poeta Jorge! Sua mãe flor está a desabrochar no mais belo jardim! Bela homenagem! Parabéns, amigo!

ENOQUE GABRIEL | 29/08/2022 ás 16:46 Responder Comentários

Lindíssima composição! As mães sempre estão a florir nalgum palmo de chão. Seja aqui ou na eternidade, elas aquentam o nosso coração. (Com sua permissão,colega, vou copiar seu bordão : gostei e basta!)

Isolti Marli Cossetin | 29/08/2022 ás 21:21 Responder Comentários
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