Não queria me acostumar...
Poemas | 2025 - Antologia Junia Tainá Nogueira Fries e Convidados | ADAILTON LIMAPublicado em 20 de Setembro de 2025 ás 09h 08min
Não queria me acostumar
Mas um corpo estirado na sarjeta
Uma história que cedo terminou
Escrita nas nuvens sem caneta
Borrada, mau humorada de veneta
Um prefácio que ninguém começou
Mancebos, desafiando o mundo
Cheio de sonhos e adrenalina
Momentos provisórios e profundos
Que vão em segundos ao fundo
E choram procurando a vacina
Por desobediência ou vontade
Mergulham na realidade da ilusão
Para uns a ajuda chega tarde
Outros enxergam a verdade
E voltam aos trilhos da retidão
Mas o corpo está ali desfalecido
Alma fosca que não reluz
Uma mãe chora sem sentidos
Ao ver um filho desfalecido
Que nunca mais vai ver a luz
Deitado no asfalto, uma estatística
Nenhuma lágrima rega meu pranto
A tristeza invade, permanece e fica
Minha reação fria não justifica
Ver a morte sem nenhum espanto
ADAILTON LIMA
Comentários
Quão absurdo é triste momento! A distração de uns, a euforia de outros, a tragédia em muitos lares! Ótima reflexão!
Lorde Égamo | 20/09/2025 ás 10:04 Responder Comentários