Não Me Peça Calma

Poemas | Silvia Dos Santos Alves
Publicado em 26 de Setembro de 2025 ás 12h 37min

Não Me Peça Calma

Não me peça calma. 

Não há paz onde há sangue de criança. 

Não há diálogo quando o céu despeja fogo, 

E o mundo assiste, mudo, cúmplice, frio.

 

Cada bomba que cai é um insulto à vida. 

Cada corpo soterrado é um grito que não foi ouvido. 

E eu grito. 

Grito por aqueles que não podem mais.

 

Onde estão os que juraram proteger? 

Onde está a justiça que se esconde atrás de tratados? 

Não há neutralidade diante do massacre. 

Há escolha. 

E há covardia.

 

Gaza não é só um nome. 

É o berço de vozes que queriam crescer. 

É o lar de mães que agora abraçam o vazio. 

É o chão que treme, não de guerra, 

Mas de abandono.

 

Minha fúria não é ódio. 

É amor em estado de revolta. 

É humanidade ferida, 

É a recusa em aceitar o silêncio como resposta.

 

Que este poema seja pedra, 

Se não puder ser ponte. 

Que incomode, que arda, que denuncie. 

Porque enquanto Gaza sangra, 

A nossa alma também morre,

Um verso de cada vez.

Silvia Santos

Comentários

Brilhante! Se o mundo inteiro se cala diante de tamanhas atrocidades, o poeta brada em alta voz, em todos os rincões, por honra, justiça e paz! Brilhante!

Lorde Égamo | 26/09/2025 ás 14:03 Responder Comentários

Olá! Utilizamos cookies para oferecer melhor experiência, melhorar o desempenho, analisar como você interage em nosso site e personalizar conteúdo. Ao utilizar este site, você concorda com o uso de cookies.