Eu não devia sentir tanto o seu desprezo,
Nem me perder nas sombras do que não recebo.
Minha alma implora por migalhas de afeto,
Quando deveria erguer-se, livre, e não ceder.
Eu não devia mendigar seu olhar vazio,
Esperar por palavras que nunca chegam,
Nem me contentar com a migalha fria
De um amor que nunca foi inteiro.
Sei que não devia implorar ao silêncio,
Nem buscar no vácuo da sua ausência
Um consolo que nunca me alcança.
Mas aqui estou, quieta, diante de mim,
Sentindo o peso do que não deveria sentir,
E desejando libertar o que ainda insiste em resistir.