No sopro sereno, Oxalá se faz ar,

Criador da paz, que a vida vem moldar.

No silêncio da calma, a essência a brotar,

Oxalá é o equilíbrio, a paz a reinar.

No seio do mar, onde a vida se inicia,

Yemanjá canta, mãe que sempre guia.

Senhora das águas, que traz a fertilidade,

Protege as famílias com amor e bondade.

Os ventos uivantes de força ancestral,

Trazem Yansã, a senhora do vendaval.

Guardião dos Eguns, no domínio do além,

Yansã é o vento que a tudo contém.

Nos rios que correm, espelhos de emoção,

Oxum desliza, deusa da paixão.

Fonte da beleza, riqueza a prosperar,

Nas águas doces, sua força a brilhar.

As matas densas, verdes a crescer,

Oxóssi vigia, o caçador a viver.

Senhor da fartura, da sabedoria ancestral,

Ensina a sobreviver, em harmonia total.

Nas folhas sagradas, que o sopro vai levar,

Ossain murmura, cura a desvendar.

Guardião dos segredos, das ervas do saber,

Na natureza viva, Ossain faz florescer.

O metal que resplandece, forte e audaz,

Nas mãos de Ogum, o guerreiro voraz.

Desbravador de caminhos, protetor a lutar,

Ogum é a força, que faz o mundo andar.

O fogo que queima, purifica e renova,

É Xangô que comanda, a justiça se prova.

Trovão é sua voz, o rei que julga com poder,

Na chama divina, seu juízo a prevalecer.

No arco-íris, promessa divina a brilhar,

Oxumarê dança, serpente a transformar.

Ciclo da vida, da riqueza a reger,

Oxumarê é a roda, que faz tudo renascer.

E na lama, úmida e ancestral,

Naná repousa, mãe de tudo, maternal.

Conexão com a morte, o ciclo a completar,

Na terra sagrada, a vida a recriar.

Em cada elemento, um elo sagrado,

O mundo em harmonia, pelos Orixás é guiado.

Que em cada coração, o respeito se mantenha,

Pois é nos Orixás que a vida se desenha.