Em cada hora que passa sem tua voz,
o tempo parece perder a razão.
Há algo de vago que vive entre nós,
um suspiro antigo no coração.
Teu nome se oculta nas coisas pequenas,
num vento que sopra sem direção,
num raio de sol que, entre as janelas,
me aquece o peito em recordação.
Não digo que sofro — digo que sinto.
E o que sinto é mais do que saudade:
é amor que insiste, mesmo extinto
o instante, a fala, a proximidade.