Mórbido.
Prosa Poética | 2025 - OUTUBRO - Sussurros da noite: contos e poemas de mistérios | Keila Rackel TavaresPublicado em 04 de Junho de 2025 ás 07h 14min
Prosa poética: Mórbido.
Keckel.
A noite é um manto sombrio que me envolve, e o vento gélido que beija minha nuca me faz perder a calma. Meu corpo nu se contorce, e minha alma parece se despedir de mim mesma sem nenhum esforço. A lua de sangue parece me saudar com lágrimas, e eu sinto o cheiro do seu corpo suado, o seu beijo molhado.
Trazes para nós duas taças cheias de lítio, ópio e adrenalina, e eu sorvo tudo, provo tudo. Meu desespero e meu devaneio se misturam, e eu te sinto, mas não te vejo. Te vejo, mas não te tenho. Te tenho, mas não sou tua. Sou tua, mas estou moribunda.
A noite não acaba, o sono não chega, e tudo é um pesadelo. Arranco meus cabelos, suando estou, e minhas pálpebras pesadas não conseguem me fazer dormir. Sou um fantasma de mim mesma, e a noite já se esvaiu. Estou com insônia, estou em estado de catatonia, e acabou-se a minha alegria.
Comentários
Muitas vezes estamos presentes em um ambiente, porém nosso pensamento está em outro local, nada daquilo de se faz presente nos satisfaz. Bela reflexão!
Lorde Égamo | 07/06/2025 ás 15:32 Responder Comentários