MINHA CUIABÁ
Ah! Como tenho saudades
Da Cuiabá de outrora
Das suas ruas estreitas
Dos casarões coloniais,
Com suas portas abertas
Onde se entrava e saía,
Transitando livremente
Por suas ruas centrais.
Da sua tranquilidade
Nas pracinhas, nas igrejas,
Nos coretos aos domingos
Das bandinhas a tocar.
Da dança do rasqueado,
Do cururu, do siriri,
Animando as noites claras
Da Cuiabá singular.
De uma gente religiosa
Que com grande devoção
Aos domingos bem cedinho
Ia pra igreja rezar.
De um povo sempre animado
Que vivia bem feliz.
Em completa harmonia
Com tudo nesse lugar.
Do seu povo hospitaleiro
De vida simples tranqüila,
Dos seus ditos populares
Que ainda guardo na memória
Zé Pe-te-té, Maria Taquara,
Zaramelo, Zé Boloflô,
E muitos e muitos outros,
Que fizeram sua história.
Da abundância do ouro
Que ali, da terra aflorava,
Que após o passar da chuva
A criançada catava.
Da água limpinha, do peixe,
Que havia no Rio Cuiabá,
O dourado, Curimba, Pacu.
Que o povo alimentava.
Tempinho bom era aquele,
Em que a gente vivia
Em paz com a natureza
Coisas que hoje não tem mais
Tudo ficou na saudade
Lembranças que vão ficar
Da Cuiabá de outrora
Tempos que não voltam mais.
Mafalda Moreno 2024