Minha Cara Barata
Uma barata atravessou a rua, segundos antes da explosão do mundo.
Tudo destruído em instantes, a bomba corroeu a fundo.
O amor desapareceu, a solidariedade morreu, alguém para ajudar alguém.
Tudo foi dizimado, os olhos, se ainda enxergassem, não viria ninguém.
Não houve tempo do grito, abafado por uma dor real,
A dor sem ferida, a dor anormal.
Ouvido por pouca gente, que calou-se, para sempre, em um silêncio sepulcral.
O planeta ficou em luto, mas não tinha ninguém enlutado, não havia pessoas sentidas.
Todos desapareceram ante o hecatombe que consumiu a vida.
Bomba química, radioativa, atômica... não se sabe ao certo, não há alma viva para certificar.
A natureza já ameaçada, foi dizimada, rios, mares não vão mais aguar.
A poeira se confundia com fumaça, e nada lembrava vida, e as nuvens negras, tinham forma de foice.
A escuridão remota, contrastava com o cinza do céu, não existia dia, tudo era noite.
Os homens que decidiam tudo, a vida a morte, e a destruição da terra.
Decidiram mudar a história, e se auto denominaram senhores da guerra.
Só que eles não contavam, com a esperança de um novo mundo, envolto no nevoeiro
Onde a presença da vida era ínfima, comparada com o mundo inteiro
Era uma barata, com passos ligeiros, caminhando em direção ao próximo bueiro.
ADAILTON LIMA
Comentários
Como seu poema, com todos os seus belos devaneios, faz sentido! Dizem alguns estudiosos da Bíblia que, quando do grande dilúvio, todo ser vivente morreu, exceto as baratas! Gostei do raciocínio. Essa dona barata!!!!!
Enoque Gabriel Moraes | 04/04/2024 ás 21:34 Responder ComentáriosÉ verdade meu amigo, dizem que os escorpiões também. Como dizem os Titãs: bichos escrotos... Obrigado meu amigo
ADAILTON LIMA | 04/04/2024 ás 21:47