Sou água
As vezes sou rio corrente,
Calmo, que desvia das rochas lentamente.
As vezes sou água parada, negra profunda e quente
As vezes convidativa e transparente
As vezes sou tsunami que surge abruptamente.
Sou água que verte em lágrimas
As vezes alegres, as vezes carente
Sou alma transmutada em água
Que cai na chuva translúcida e mansamente.
Sou ar
As vezes sou o ar fresco da noite
Ou a brisa suave da manhã
Percorro o mundo devagar, soprando aqui e acolá
Do nada viro tormenta, que destrói tudo por onde passar
Balanço meus galhos e folhas, até todo mau derrubar
Sou ar confuso e revolto que move as nuvens do lugar
Mas, como tudo na vida, do nada retorno em brisa suave, onde os pássaros amam planar.
Sou fogo
As vezes sou fogo que queima constantemente
Sem nunca verdadeiramente apagar
Sou uma brasa bem lenta
Que de repente em labaredas pode se transformar
Posso, em um segundo, com língua de fogo meu mundo queimar
Mas, posso tão somente, com esse fogo a área de minha vida limpar
Sou chama ardente descontrolada enquanto minha vida durar.
Sou terra
As vezes sou terra fecunda, macia e quente
Onde as sementes estão sempre a germinar
Mas, tem horas que viro deserto, seco e árido
Onde nada consegue ficar
Sou Boa terra para aqueles que sabem arar e adubar
Por fim, sou Ser perfeito que quando estiver totalmente completo vou em terra me transformar e ao todo me integrar.
Obs. Este poema faz parte do livro Iziz de Andrade e seus Convidados.
Comentários
Amo ler e reler esse seu lindo poema. Parabéns...
Silvia Lis | 21/01/2022 ás 11:11 Responder ComentáriosSer perfeito, bela inspiração poética!
Rosilda vaz | 22/01/2022 ás 11:41 Responder ComentáriosVocê juntou os quatro elementos da natureza e deu uma conotação poética ímpar! Parabéns! Perfeito!
Enoque Gabriel | 01/02/2022 ás 13:19 Responder Comentários