Meu Silêncio Barulhento
Poemas | 2024/3 - Antologia Ecos do Silêncio: Poesias de Diversas Perspectivas | Carlos Roberto RibeiroPublicado em 08 de Março de 2024 ás 15h 00min
O silêncio que que em mim havia, do silêncio ao meu redor, havia um barulho intenso o fervilhar da minha alma, que em segredo, sussurrava.
Na quietude da noite, os ecos dos meus sonhos,
Clamavam por ventura, ou o doce desespero.
Lágrimas encobertas pela escuridão profunda,
Libertavam-se furtivas, estrelas do meu inferno.
O silêncio era um grito, um clamor por existência,
Um paradoxo vibrante, na caverna do meu peito.
Um barulho intenso que pulsava sem clemência,
Cadência descompassada, era a vida em meu leito.
E na ausência de som, ouvia-se o mundo,
Gravando na pele cada segredo profundo.
O silêncio me revestia, de poder incomum,
Mas o barulho de dentro, era meu Universo em resumo.
No silêncio o barulho fez seu ninho, fez seu lar,
E na quietude sombria, ensinou-me a dançar.
Cada batida, um passo, na imensidão do ser,
O vazio se enchendo, com o que eu pudesse preencher.
Silêncio e barulho, em harmonia se encontraram,
Na alcova da alma, onde só eles se fitavam.
Em mim, silenciaram; ao redor, clamaram alto.
Que no mais puro silêncio, há um barulho sacrossanto.
E nesse impasse dourado, desatei meus laços,
Descobri no meu silêncio, os mais estranhos espaços.
Pois o barulho que em mim, feria como lança,
Era a voz do meu silêncio, em sua mais pura dança.