Meu Derradeiro Poema!

Quando na aurora da manhã nascente,

te revelaste, te deste a conhecer,

meu olhar foi lançado como quem busca,

meu coração fez como quem soluça

E um forte turbilhão invadiu meu ser!

Foi num cruzar de olhos que trocamos

em quente e estrelada noite de verão!

Ao vento da noite que no céu girava,

aos encantos teus eu me embriagava,

isso era forte – uma alucinação!

Não trocamos beijos, naquele momento,

mas confortava-me por perto ter

tua voz, teu corpo moreno, teus olhos rasos,

em noite como essa quir-te-ia em meus braços!

Tudo conspirava para isso acontecer!

Amei, doce menina, por isso sofri tanto!

Sofri, menina doce, por isso tanto amei!

De algumas coisas a certeza eu tinha,

dentre elas, a de que serias minha,

jamais a outro. Para ti viverei!

O ciúme é a semente indesejável,

ser abortada para sempre deverá!

Se por acaso em algum campo germinar,

trará espinhos – confusão vai se formar,

trará feridas – muita gente sofrerá!

O que eu fiz para tamanho desenlace?

Ser rejeitado, sem um beijo esquecido!

Olvidado sem sequer ter sido amado!

Aviltado sem o brilho de estimado!

Castigado, sem sequer ter merecido!

Dizem que a ausência e a distância

fazem esquecer uma grande paixão!

Da saudade faz lembrança enfraquecida,

de um grande amor, coisa à-toa, esquecida,

crava-se uma pedra no coração!

O poeta à sua amada faz poesias!

Deixarei de fazê-las, pois minha alma está partida!

Que este poema seja a nossa despedida,

o derradeiro para ti em minha vida,

ainda que seja a última dor em mim sentida!