A fúria da onda que troveja,
Flutissonante, que molda o estado
Na costa que esculpe a vareja
Presente que no futuro é passado
Como o que ao “eu”, o tempo trágico
Apaga o que se sonhou ou viveu
Cria, a memória, ciclope ilógico
Da areia do real e bruma de Orfeu
Dessas quimeras baças que lembramos
Hoje vivas verdades, que juramos
O que por vezes não aconteceu
Se o vivo na memória é o construto
Se o resto, levou o mar astuto
Que importa se realmente sucedeu