Memória Poética
Poemas | Antologia Manoel R. Leite e convidados - Saberes em Versos | ADAILTON LIMAPublicado em 12 de Fevereiro de 2024 ás 13h 15min
Memória Poética
Na memória uma Canção do Exílio
Que nem sabia cantar
Na retina um carimbo de imagens
Perdidas em um único olhar
Ouvia que a felicidade Foi-se embora
E que a saudade no peito "ainda mora"
Eram rimas exatas, com lirismo
Mas nem sabia o que era isso
A memória afetiva guardou poesia
Guardou o sorriso dos meus dias
Que me fazia sorrir
Mas eu nem sabia
Uma criança pintona
Curiosa e inquieta
Que espionava os livros
Por uma fresta
Quando entendi a razão de ler
Logo comecei a escrever
Eram garatujas poéticas
O começo do prazer
Fui apresentado a Iracema
E descobrir o seu dilema
Degustava sem métrica
Uma homenagem à América
Quase que sou Castro na escola
Tudo decorado na cachola
Parecia mamão com mel
Mas eu perdi o papel
O teatro sempre foi presente
Na memória e na vida da gente
Lá eu comecei a declamar
Na verdade era um belo gaguejar
E crescemos, vendo e ouvindo histórias
Não tinha dia, lugar nem hora
Era uma inocência pura
Cheia de poemas e aventuras
E hoje, sinto saudade daquele tempo
Que não tinha muito entendimento
E nem imaginária
Que aquilo já era poesia.
ADAILTON LIMA
Comentários
A poesia nasce cedo, mas a gente só percebe isso quando o tempo se foi!
Enoque Gabriel | 13/02/2024 ás 14:16 Responder Comentários