Mãos que trazem a vida

Quem são as prendas guerreiras

Também chamadas de parteiras

Simplesmente mulheres

Trazendo crianças ao mundo

Sem nem mesmo saber no fundo

De onde vinham seus saberes.

Chamadas tantas vezes às pressas

À noite atendiam pais aflitos

Panos brancos, tesoura e rezas

Correndo porta à fora aos gritos

Seguiam na chuva ou no vento

A luz da lua como lamparina

Pedindo à Deus a companhia

E a graça de chegar a tempo!

Quando no Rancho iam chegando

De longe já se ouvia o lamento

Lá estava a mãezinha esperando

Suas doces palavras de acalento:

“Calma Fia, sua Martinha tá aqui!

Nossa Senhora veio também

Ela gosta tanto de um neném

Agora teu guri já vai saí daí!

Um pouco de força,

Um tanto de reza...

Respira e descansa,

Lá fora o pai espera.

No fogão a Água quente,

Tesoura e pano Branco

Tudo pronto esperando

A chegada do valente!

Quando chega o momento

Recebe nas mãos o presente

E passa logo para o peito

Da mãezinha impaciente!

Chama logo o pai angustiado

E seu trabalho está acabado!

Quantas rezas foram ditas

Nestas horas infinitas...

Por estas mulheres corajosas

Se mantendo esperançosas

Repetem os mesmos rituais

De muitas eras atrás Mantendo a tradição viva

De trazer ao mundo à vida!