Mané da Estrela e a Missão Real na Inglaterra

Contos | Claison Maldonado das Neves
Publicado em 25 de Maio de 2024 ás 17h 36min

Numa noite estrelada, enquanto o vento sussurrava histórias através das folhas dos eucaliptos, Mané da Estrela reuniu seus netos ao redor da lareira. O fogo crepitava, lançando sombras dançantes pelas paredes da sala, e os olhos dos pequenos brilhavam com a promessa de uma nova aventura.

“Vou contar-lhes sobre a vez que cruzei o oceano e fui parar na Inglaterra, numa missão para ajudar um rei a salvar seu reino,” começou Mané, sua voz grave enchendo o espaço com expectativa.

Os netos se aconchegaram mais perto, as chamas refletindo em seus olhares atentos.

“Era uma época de grandes navegações e descobertas. Eu era jovem e sedento por aventuras. Um dia, enquanto caminhava pela praia, encontrei uma garrafa com um pergaminho dentro. Era um pedido de ajuda do próprio Rei da Inglaterra.”

Mané descreveu como decidiu atender ao chamado. Ele embarcou em um navio mercante, enfrentando tempestades e monstros marinhos, até chegar às terras verdes e chuvosas da Inglaterra.

“O reino estava em perigo. Uma névoa escura havia se espalhado pelas terras, e com ela, criaturas sombrias aterrorizavam o povo. O Rei estava desesperado, pois nenhum cavaleiro ou feiticeiro havia conseguido dissipar a escuridão.”

Mané falou sobre como foi recebido no castelo, com honras e esperança. Ele não tinha armaduras ou magias, mas possuía algo mais poderoso: sua astúcia e seu coração valente.

“Eu descobri que a névoa era causada por um dragão que havia perdido seu ovo. A criatura estava em sofrimento, e sua tristeza se espalhava pelo reino. Então, eu prometi ao Rei que encontraria o ovo e devolveria ao dragão.”

Os netos escutavam, fascinados, enquanto Mané contava sobre sua jornada pelas florestas encantadas e montanhas nevadas da Inglaterra. Ele enfrentou trolls, conversou com fadas e aprendeu segredos antigos.

“Finalmente, encontrei o ovo, escondido em uma caverna protegida por enigmas. Com coragem e sabedoria, resolvi os quebra-cabeças e recuperei o ovo.”

Mané descreveu o momento em que devolveu o ovo ao dragão. A criatura, imensa e majestosa, olhou para Mané com olhos que brilhavam como rubis. E, em agradecimento, o dragão dissipou a névoa e prometeu proteger o reino.

“O Rei me nomeou ‘Cavaleiro da Estrela’, e a corte celebrou com um grande banquete. Mas meu coração pertencia ao sertão, e eu sabia que era hora de voltar para casa.”

Com um sorriso, Mané concluiu sua história, dizendo:

“E assim, meus queridos, aprendi que a coragem e a compaixão podem salvar reinos e criar laços inquebráveis. E que, não importa quão longe eu viaje, meu coração sempre me guiará de volta para vocês.”

Os netos de Mané da Estrela dormiram naquela noite com sonhos de dragões e castelos, sabendo que tinham um herói em sua própria família, um homem que havia cruzado mares e enfrentado o desconhecido com a bravura de um verdadeiro cavaleiro. 

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