Mané da Estrela e a Jornada a Marte

Contos | Claison Maldonado das Neves
Publicado em 25 de Maio de 2024 ás 17h 25min

Mané da Estrela, um velho sertanejo com olhos que brilhavam como as estrelas do céu noturno, vivia em uma modesta fazenda no interior do Brasil. Ele tinha cabelos prateados e uma voz rouca que encantava seus netos todas as noites. Sentados ao redor da fogueira, eles ouviam suas histórias com admiração e curiosidade.

Mas havia uma história que Mané nunca contara a ninguém, exceto para si mesmo quando a lua estava alta e o vento sussurrava segredos pelas frestas da janela. Era a história de sua viagem a Marte.

Tudo começou em uma noite de verão, quando Mané estava observando as estrelas. Ele tinha um telescópio antigo que herdara de seu avô, e passava horas estudando os planetas e constelações. Foi então que ele viu algo extraordinário: uma luz piscando no céu, diferente de qualquer estrela ou planeta.

Mané sabia que aquela luz não era um avião ou satélite. Era algo mais. Ele sentiu uma conexão inexplicável, como se o próprio universo o chamasse. Sem hesitar, ele pegou sua mala, escreveu uma carta para seus netos e partiu.

Mané viajou por dias, seguindo a luz que o guiava. Ele atravessou desertos, florestas e montanhas, até chegar a um lugar secreto, escondido entre as dunas de areia. Lá, encontrou uma nave espacial abandonada, com inscrições estranhas e tecnologia além de sua compreensão.

Com o coração acelerado, Mané entrou na nave. Ela se ativou automaticamente, como se estivesse esperando por ele. Os controles eram intuitivos, e Mané decolou em direção ao céu estrelado. Ele viu a Terra diminuir, os oceanos se tornarem manchas azuis e as nuvens como algodão.

E então, ele estava em Marte.

Mané desceu na superfície vermelha e árida. Ele caminhou por entre as rochas e crateras, maravilhado com a paisagem alienígena. Não havia sinal de vida, exceto pelo vento que sussurrava segredos ancestrais.

Ele encontrou ruínas antigas, estruturas que pareciam ter sido construídas por uma civilização extinta. Mané sentiu que estava pisando em memórias antigas, em sonhos que haviam se perdido no tempo.

Mas o que mais o impressionou foi o pôr do sol marciano. As cores eram diferentes, mais intensas. O céu se tingia de laranja e violeta, como se o próprio universo estivesse pintando um quadro para ele.

Mané passou dias explorando Marte, coletando amostras de solo e tirando fotografias com sua câmera antiga. Ele sabia que precisava voltar à Terra, mas seu coração estava dividido entre dois mundos.

Na noite em que partiu, Mané olhou para as estrelas. Ele sabia que sua jornada era única, que poucos seriam abençoados com uma experiência tão extraordinária. Ele prometeu a si mesmo que contaria sua história apenas aos seus netos, para que eles soubessem que o universo é vasto e cheio de mistérios.

E assim, Mané da Estrela voltou à sua fazenda, com lembranças de Marte gravadas em sua alma. Ele continuou a contar suas histórias, mas sempre com um brilho especial nos olhos quando olhava para o céu noturno.

E os netos de Mané? Eles ouviam suas histórias com ainda mais admiração, sabendo que seu avô era um homem que viajara entre as estrelas e tocara o coração do universo

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