Na aula de inglês, o Joãozinho, sempre ele, ergue a mão e afoito diz:
- Professor Teacher Ricardo, o senhor sabia que eu tenho uma vizinha que fala “Ingrish”?
- É verdade, João? Que bacana! Como descobriu? Conte-me mais sobre isso!
Todos olhavam para Joãozinho aguardando ansiosos pelo desenrolar daquele chat.
- Pois é, Professor Teacher Ricardo. A família dela se mudou há pouco tempo para a casa ao lado da nossa. É o casal e seis filhos. Vieram de uma cidade do interior, acho que de São Paulo, não estou certo.
- That’s true, como todos sabem é muito comum a migração para a nossa cidade. É um lugar muito próspero que atrai pessoas de todas as partes do Brasil. Mas eles são americanos? Ingleses?
- Não, não. Brasileiros. Mas os filhos todos têm nomes estrangeiros em “Ingrish”. E eu e lembrei da nossa aula da semana passada sobre estrangeirismos e anglicismos.
- Great, João. Really? Quais são os nomes deles?
- O mais velho é o Tuiterson. Depois vem a Deliverynéia.
- Interessante! – balbuciou hesitante e perplexo, o professor.
- E depois tem os trigêmeos Feicebukson, Uotizapson e Uairilesson.
- Uau! Realmente incrível! – disse, quase desmaiando, o paciente professor.
- E aí tem a caçula, a Ester.
- Ester? Mas você nos disse que eram todos nomes estrangeiros!?
- Então, Ester não é estrela em “ingrish”?
- OMG! – foi o que conseguiu dizer Ricardo, perplexo, encolhendo-se na cadeira.