MÃE...                   

Em uma conversa com um grupo de alunos de uma escola, há alguns dias, citei um verso do poema “Ser Mãe”, de Coelho Neto: “Ser mãe é padecer no paraíso...” - ao que alguém, lá do fundo da sala, exclamou: “É ruim, hein, sofrer no paraíso!...”

É, ser mãe é sentir a suprema realização, a felicidade de ter sob sua guarda e seus cuidados, alguém que lhe chama de mãe, que lhe completa, que a extasia, misturada a medos, a cansaços e dores...

Ser mãe é viver numa constante metamorfose de sentimentos e num processo de contínua antítese emocional.

Em forma de poema, assim se poderia definir MÃE:

Parte se oculta

Parte aparece

Parte lembra

Parte esquece

Parte se alegra

Parte se entristece

Parte parte...

Parte permanece...

Não há parâmetro nesta vida, para sentimento de mãe. É inegável que, afora suas limitações humanas e as mazelas a que está exposta e que lhe impõem fraquezas de toda ordem, a mãe tem o destino, a incumbência maravilhosa de representar o Amor de Deus.

Simplificando em metáfora, é mais ou menos um “control C, control V” do amor Divino, que em sua misericórdia infinita se fez representar nesta terra, pela humana figura da mãe.

Amor de mãe desconhece tempo, ele é à moda Eternidade; creio mesmo, que seja eterno...

Amor de mãe não arrefece, com o filho já crescido; seus medos não se amainam, seus cuidados e suas preocupações não se aquietam, e seu sono não deixa de ser povoado pela imagem do filho “que bateu asas e voou...”

Amor de mãe é também um constante questionar-se pelo que não fez, pelo que fez, como fez, como deve fazer, como não devia ter feito.

Outro dia ouvi, numa entrevista, alguém dizendo que mãe já nasce com culpa. Boa definição. Porque para ela, sempre alguma coisa ficou por fazer, ou não devia ter sido feita. Ela é a juíza mais intransigente de si mesma.

Eh, mãe, aquieta um pouco o coração, e deixa o silêncio falar... Ele te dirá que a tua missão foi concluída com êxito; que merecidamente, tu és a representante autorizada do Amor de Deus, nesta vida! E que, diante da finitude e da brevidade da vida, o teu amor é infinito e tu és eterna! Obrigada, mãe!

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