"Mãe: Angelica Maria Federizzi Dacroce"

Homenagens | Marlete Dacroce
Publicado em 07 de Maio de 2022 ás 12h 19min

“Mãe Angelica Maria Federizzi Dacroce”


Mãe de nome angelical
Angélica = mensageira dos Deuses
Se assemelha aos anjos
Uma menina inocente, anjo da roça...

Uma sobrevivente
Cedo da casa dos pais saiu

Do interior do Rio Grande Sul
De um lugar chamado "Encantado"
Levava uma vida de trabalho duro
Trabalho dobrado mesmo assim era feliz
De sol a sol na roça esse era o cotidiano
E mesmo assim passava o dia alegre cantando

Na capela dos três Reis
Onde estudou  até o quarto ano
Foi batizada e crismada
Na festa dos Reis
Na mesma festa conheceu pretendente

Darci Dacroce que a encontrou
Dois anos de namoro a distância

Cartas eram enviadas do RS a SC
Lavava semanas para chegar
Em dois anos apenas cinco vezes se viram
Do primeiro encontro até se casar
Dia 13/02/1960 com Darci se casou
E com o esposo para SC viajou

Agora a km de distância da família ficou
Uma nova família em sua cabeça edificou
Longe de tudo e de todos, a saudade batia forte

Que a alma maltratou
Meses depois mamãe engravidou
O primogênito com muito amor gestou

Chega o dia do nascimento o filho de 5 kg

Um parto difícil por parteira muitas sequelas deixou
Depois de muito esforço o filho nasceu 06/01/9961
Angelica mal e debilitada por meses ficou
Anos foram passando "Deonir" ia crescendo
Até que um ano completou

Uma criança alegre a felicidade do lar
Certo dia gripado ficou...
Mamãe não queria vacina-lo não
A ordem era vaciná-lo gripado ou não
Uma semana após muito mal ficou
E ao hospital outra vez voltou

O diagnosticado era grave doença "Crupe"

Operado e com a traqueia aberta ficou
Mesmo assim o bebê não resistiu
Sufocando sem poder respirar
Segurando firme a mão de mamãe

Era o pedido de socorro com o olhar...

Aos poucos se foi

A dor por perder um filho
Mamãe disse não existe no mundo outra igual
Essa dor é uma dor quase que sobrenatural
Mamãe estava com vida sentindo-se morta
Sabia que tinha que buscar força
Onde nem se sabia onde tinha...
Pois em seu ventre já havia outro neném
Dias e noites intermináveis de angustia e dor
A ausência do filho parecia não ter fim
E por este a espera precisava se manter forte
Até que dia 30/07/1962 nasce o Volnei
Assim veio ao mundo o segundo bebê

O neném havia sentido todas as dores de mãe
Que reproduziu em choro por meses o bebê
Muito bravo e nervoso foi crescendo
Dois anos após 03/07/1964.

Marlete a menina nasceu
Para a família o início de uma nova vida
Até de Jipe para casa mamãe foi

Ainda assim a vida na roça não era fácil
Um filho após o outro conciliando

Com o trabalho duro e pesado do campo
E nesta roda da vida gira outra vez
Dornei o terceiro filho 28/11/1965 nasceu
E Deus pôs mamãe a prova outra vez

Uma chaleira de água fervendo do fogão

Dornei para cima de si puxou
Caiu encolhido ali mesmo ficou
Mamãe correu a roupa dele tirou
A sua pele na roupa grudada ficou
No hospital em carne viva meses internado ficou
 

Tratamento...medicamentos...

Promessas...
Tudo isso mamãe fez...
E muito lentamente desse terrível acidente

Dornei aos poucos se refez
Até que desse pesadelo mamãe saiu

Na época quase normal um filho a cada ano 
E ao hospital novamente mamãe voltou
Para o nascimento do quinto filho "Ereni"
O parto como os outros muito difícil
O bebê grande encaixou e por fórceps
O médico o parto forçou

Ereni nasceu 10/01/1966 todo machucado

Com traumatismo craniano
Outra vez momento de dor e sofrimento

Depois de algumas horas o bebê faleceu
Outra perda a qual dilacerava seu coração
Desistir mamãe sabia que não podia não

Mais um ano e alguns meses outra gestação dia 11/12/1967
Depois de muitas tentativas sem sucesso
Com o uso de formol como anestesia
De Cesária a menina a Janete nasceu
O prazo para o nascimento até ultrapassou
Mas com a graça de Deus a menina vingou

Como prevenção na época não havia
Cada casal usava os métodos que conhecia
O medo e as dificuldades dos partos eram recorrentes
Dois anos passaram outro bebê a caminho
Ao hospital outra vez
Várias tentativas e Cesária outra vez

De uma forma terrível de anestesia
Cheirar um pano empapado de formol
No dia 20/11/1969 Gilnei nasceu
Foi quando o médico disse a mamãe
Se pretendes cuidar dos filhos seus
Terás que não mais engravidar pelo amor de Deus

Debilitada...

Enfraquecida mamãe pediu perdão a Deus
E muito triste a laqueadura aceitou fazer
A alma ferida buscava força onde não tinha
Fé em Deus para continuar a viver
Tudo pelo amor maior
Cuidar dos 05 filhos seus... 

(Marlete Dacroce)

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